Mateus Capítulo 2 - Almeida 1860 Edição Atualizada (AEA - 1860)
Mateus 2
Versículos 1–6 🔹 O Nascimento de Jesus e a Chegada dos Sábios do Oriente
Versículos 7–12 🔹 Os Sábios Adoram o Menino Jesus e São Guiados por Deus
Versículos 13–18 🔹 A Fuga ao Egito e a Dor das Mães de Belém
Versículos 19–23 🔹 O Retorno do Egito e o Recomeço em Nazaré
Versículos 1–6: O Nascimento de Jesus e a Chegada dos Sábios do Oriente
Nos versículos iniciais do capítulo 2, Mateus nos apresenta a chegada dos sábios do Oriente, também conhecidos como os "Magos", que vêm de uma terra distante para adorar o recém-nascido Rei dos Judeus. Esse evento é um marco importante porque simboliza a universalidade da salvação de Cristo. A visita dos sábios, que não eram judeus, é uma prefiguração da missão global de Jesus.
O Significado do Nascimento de Jesus e a Profecia Cumprida
O nascimento de Jesus, em Belém, é conforme as profecias do Antigo Testamento. Mateus faz referência direta a Miquéias 5:2, que predizia que o Messias nasceria em Belém. A reação dos sábios ao seguir uma estrela e procurar o rei recém-nascido demonstra que, desde o começo de sua vida terrena, Jesus era reconhecido como o Rei Universal, não apenas o Rei dos Judeus.
Versículos 7–12: Os Sábios Adoram o Menino Jesus e São Guiados por Deus
Quando Herodes, o rei, ouviu falar do nascimento de Jesus, ele ficou perturbado e procurou se informar melhor sobre a localização do menino. Ele pediu aos sábios que o informassem, dizendo que também queria ir adorá-lo. No entanto, os sábios, guiados por Deus, foram avisados em sonho para não voltar a Herodes, e assim fizeram, retornando para sua terra por outro caminho.
A Orientação Divina e a Adoração Verdadeira
Esse episódio revela a intervenção direta de Deus na proteção do Messias. A advertência dada aos sábios nos sonhos é um exemplo claro de como Deus orienta aqueles que buscam a verdade. A visita dos sábios e a sua adoração ao menino Jesus é significativa, pois, ao contrário de Herodes, que buscava eliminar o Messias, os sábios representam aqueles que, ao reconhecerem a verdadeira natureza de Jesus, o adoram com reverência e sinceridade.
Versículos 13–18: A Fuga ao Egito e a Dor das Mães de Belém
Após a partida dos sábios, um anjo do Senhor aparece a José em sonho, ordenando-lhe que leve Maria e o menino para o Egito, pois Herodes procuraria matar o menino. Herodes, em sua ira, manda matar todos os meninos de dois anos ou menos em Belém e arredores, cumprindo assim a profecia de Jeremias 31:15, que fala sobre o lamento e o pranto das mães em razão da perda de seus filhos.
A Fuga para o Egito e o Sofrimento das Mães
A fuga de José, Maria e Jesus para o Egito é uma ação providencial de Deus para proteger o Salvador da morte certa. O massacre das crianças inocentes em Belém é um evento trágico, que simboliza a hostilidade do mundo contra o plano de salvação de Deus. A dor das mães de Belém, lamentando a perda de seus filhos, nos lembra da realidade do sofrimento humano e da oposição que Jesus enfrentaria durante sua vida.
Versículos 19–23: O Retorno do Egito e o Recomeço em Nazaré
Após a morte de Herodes, um anjo aparece a José, dizendo-lhe para retornar à terra de Israel, pois aqueles que procuravam a vida do menino haviam morrido. Contudo, quando soube que Arquelau, o filho de Herodes, estava reinando na Judeia, José foi orientado a se dirigir para a região da Galileia. Assim, a família se estabeleceu em Nazaré, cumprindo outra profecia, a de que Jesus seria chamado Nazareno.
O Retorno e a Escolha de Nazaré
O retorno de Jesus ao Egito e o recomeço em Nazaré têm grande significado teológico. Primeiro, ele demonstra a continuidade do plano de Deus. O movimento de José e Maria não é apenas uma fuga de Herodes, mas uma ação divina para cumprir as Escrituras. O fato de Jesus ser chamado Nazareno (um termo que pode ter sido associado à sua origem humilde) sublinha a humildade e a identificação de Jesus com as pessoas simples, rejeitando os grandes palácios e a glória mundana.
Reflexões Teológicas e Aplicações
1. Deus controla a história: Cada evento na vida de Jesus, desde sua fuga ao Egito até sua escolha de Nazaré, está de acordo com o plano soberano de Deus. Mesmo as ações humanas, como o mal de Herodes, não conseguem frustrar o propósito divino. Deus, em sua providência, utiliza até os eventos mais difíceis para cumprir Suas promessas.
2. A universalidade de Jesus: A visita dos sábios do Oriente é um símbolo de que a salvação trazida por Jesus é para todas as nações. O Evangelho não se limita a Israel, mas se estende a todos os povos.
3. A resposta ao Messias: A adoração dos sábios contrasta com a atitude de Herodes. Enquanto os sábios reconhecem Jesus como o Rei e o adoram, Herodes tenta destruir a fonte de sua autoridade. Isso nos desafia a refletir sobre nossa resposta ao chamado de Jesus: aceitamos Sua soberania e o adoramos ou resistimos ao Seu reino?
4. O sofrimento e a redenção: O sofrimento das mães de Belém é um lembrete de que o plano de salvação de Deus não está isento de dor. O próprio Jesus sofreu e foi perseguido desde o nascimento, e isso antecipa o sofrimento que Ele enfrentaria durante Sua vida e, finalmente, na cruz.
Conclusão
Os eventos do capítulo 2 de Mateus revelam o cumprimento das promessas de Deus e a soberania divina sobre toda a história da redenção. A visita dos sábios, a fuga para o Egito, o massacre das crianças e o retorno a Nazaré são partes essenciais da missão de Jesus, que se cumpriu de acordo com as Escrituras. A reflexão sobre esses eventos nos ensina a confiar na providência de Deus, a reconhecer Jesus como o Rei de todos os povos e a entender o sofrimento como parte do plano de redenção que Ele estabeleceu para nós.
Referências:
- Donald C. Stamps, Bíblia de Estudo Pentecostal.
- Stanley M. Horton, Teologia Sistemática.
- John Wesley, Comentários sobre o Novo Testamento.